“Pedi uma pizza e não tá vindo”, disse a mulher que ligou para o 190 para pedir socorro enquanto estava em cárcere privado. A ligação aconteceu na madrugada de domingo (29), na região de Samambaia, no Distrito Federal.
Por meio do “pedido de pizza”, os militares identificaram que a mulher corria perigo e foram ao endereço. De acordo com a subchefe do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) do DF, major Rozeneide dos Santos, a central recebe cerca de 4,6 mil ligações por dia e, nos fins de semana, o número passa dos 6 mil.
A maior parte dos 250 militares que atuam no atendimento ao 190 têm mais de 30 anos de serviço, diz a major. “Devido a vasta experiência, os militares conseguem identificar o que são pedidos de ajuda ou trote”, afirma.
A militar explica que não há um “código” ou “frase” exata para as mulheres dizerem ao telefone quando precisam de socorro e não podem ser diretas. No caso dos chamados “disfarçados”, os militares observam alguns detalhes como:
Palavras usadas na ligação
– Timbre de voz da vítima
– se está com voz de choro ou nervosa
O “pedido de pizza” não foi inédito, conta a militar.
“Já aconteceu outras vezes. Teve uma vítima que pediu um açaí [para solicitar ajuda]”,diz a major.
No caso da mulher resgatada em Samambaia após pedir uma pizza, o militar que fez o atendimento respondeu como se fosse da pizzaria.
“Se o marido estivesse ouvindo ou se pegasse o telefone da mão dela, ela seria descoberta. Ele [o militar] foi muito perspicaz [de fingir ser da pizzaria]”, diz a major Rozeneide dos Santos.