Menos de cinco meses após a chegada de novas unidades, mais da metade das ambulâncias do Serviço Móvel de Urgência (Samu) está quebrada no Distrito Federal. Os veículos estão parados à espera de manutenção. A rede pública tem 38 viaturas básicas e avançadas. Deste total, 21 estão longe das ruas e sem socorrer para a população.
O Metrópoles entrevistou servidores públicos da Secretaria de Saúde que falaram sobre o novo sucateamento da frota do Samu. Os nomes deles serão preservados. Segundo os profissionais, o Samu tem 30 viaturas básicas. Deste total, 15 estão quebradas. O serviço conta com 8 avançadas, com suporte de médicos. Entre elas, seis estão paradas.
As ambulâncias quebradas estão espalhadas pelo DF. Parte está parada no pátio da Secretaria de Saúde. Outras unidades estão à espera de reparos em concessionárias particulares em diversas regiões administrativas. O Metrópoles flagrou viaturas paradas em uma revendedora.
Em 2022, o Ministério da Saúde enviou ambulâncias novas para o DF. No entanto, por falta de seguro, os veículos ficaram por meses parados. Após denúncias, a Secretaria de Saúde resolveu imbróglio ao final de dezembro. O novo sucateamento da frota surpreendeu e revoltou profissionais de saúde.
As novas viaturas foram distribuídas pelas regiões de saúde. No entanto, com a ausência de medidas de prevenção e manutenção dos veículos, há aproximadamente dois meses, as ambulâncias começaram a quebrar e parar. Atualmente, existem áreas do DF sem unidades próprias, a exemplo de Santa Maria.
Na manhã de quarta-feira (31/5), a única viatura em operação na região de Santa Maria parou de funcionar. Sem uma unidade reserva, a região passou a depender do apoio da única ambulância em atividade no Gama. Ou seja, as duas cidades passaram a depender de apenas uma viatura.
O Ministério da Saúde faz repasses mensais ao DF para cada ambulância em atividade. Os valores variam. Pelas contas de servidores, viaturas básicas recebem cifras próximas a R$ 25 mil. No caso das unidades avançadas, com médicos, usadas para remoção de pacientes graves, ficam entre R$ 30 mil e R$ 35 mil.
Simulação
Cada viatura precisa fazer o registro no sistema do Samu com um tablet. Com devidas ressalvas, seria como se o veículo batesse ponto. Segundo servidores, no Gama e em Santa Maria, os gestores solicitaram para as equipes o login com ambulâncias paradas, mesmo quando os profissionais saíssem com unidades em funcionamento. Para os servidores, este revezamento supostamente simula a ausência de ambulâncias paradas.
A falta de manutenção e o novo sucateamento do Samu despertou a atenção da deputada distrital Dayse Amarilio (PSB). A parlamentar enviou um requerimento de informações para a Secretaria de Saúde. Para a parlamentar a situação é grave e exige uma solução urgente, para evitar mortes de pacientes e poupar servidores.
Outro lado
Segundo a Secretaria de Saúde, o contrato de manutenção das viaturas da Secretaria de Planejamento (Seplad) venceu no começo do ano. O novo foi assinado nesta semana. As ambulâncias deverão começar a ser recuperadas na próxima semana.
A princípio, a pasta não observou falha nos registros das ambulâncias. “O login é o controle usado em cada ambulância para registro da equipe que está atuando, assim como os dados do usuário em atendimento, para controle da central de regulação médica em urgência”, argumentou a secretaria por nota.
De acordo com a pasta, por mês, o Ministério da Saúde repassa R$ 897.640,00 por todas as ambulâncias. No entanto, pela versão da pasta, o valor é repassado para custeio de todo o serviço, incluindo recursos humanos, manutenção de veículos, equipamentos e insumos.
Leia a nota completa da Secretaria de Saúde:
A Secretaria de Saúde informa que, no total, o SAMU 192 DF conta com 38 unidades móveis. Assim, são 30 USBs, sete USAs, e uma USA de Suporte Avançado em Saúde Mental. Neste início de ano, houve o fim do contrato da SEPLAD e um novo contrato de manutenção foi criado para suprir o antigo. O novo contrato foi assinado e está em fase de implementação. A manutenção das viaturas do SAMU foi negociada pra ser priorizada entre os órgãos do GDF.
A Pasta esclarece que o SAMU 192 DF criou o protocolo de situação de contingenciamento para que as chefias tenham mais autonomia para otimizar o recurso. Com isso, foi orientado que as equipes fizessem o revezamento entre as bases, descentralizando as equipes que ainda estavam ativas, fazendo com que o máximo da população ficasse assistida.
O valor médio mensal repassado para as ambulâncias é de R$ 897.640,00, o valor é repassado para ajudar no custeio de todo o serviço, incluindo RH, manutenção de veículos e equipamentos e insumos. O login é o controle usado em cada ambulância para registro da equipe que está atuando, assim como os dados do usuário em atendimento, para controle da central de regulação médica em urgência.
O contrato de manutenção foi assinado esta semana entre a SEPLAD e a empresa vencedora do certame, e está em fase de implantação. A previsão de retomada é para a próxima semana, onde as mesmas serão direcionadas às oficinas para orçamento, aprovação e execução dos serviços.
Fonte Metrópoles