Com a perna em carne viva, Valmira Nascimento Pereira, 51 anos, ficou quase nove horas aguardando atendimento e medicamento na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), em Ceilândia. “Minha mãe estava gritando de dor, só conseguiu a morfina horas depois”, disse a filha Rosângela Nascimento, 35 anos.
De acordo com a filha de Valmira, a paciente teria chegado à unidade de saúde em uma ambulância, com uma pulseira da cor laranja, que significa urgência pelos protocolos da Secretaria de Saúde. Familiares afirmam que o cheiro próximo ao ferimento era forte, como um odor de putrefação.
Ainda assim, Rosângela contou que só foi recebida pelos médicos após quatro horas e quando mostrou as fotos e os vídeos. “Aí ele falou que minha mãe precisaria ficar internada”, disse.
Segundo a família, nas nove horas antes do atendimento, Valmira só recebeu morfina e insulina. Ela teria ficado deitada em uma maca, enquanto aguardava atendimento.
O ferimento de Valmira teria iniciado há um ano, que com a diabetes teria piorado. Uma das pernas dela já foi amputada e, segundo Rosângela, esse fato dificultava que a mãe confiasse em hospitais para buscar ajuda. “Ela só concordou hoje, quando chegou no seu limite”.
De acordo com a família, ela não estava conseguindo fazer um tratamento. “A falta de condição financeira para comprar alimentos é muito difícil. Até o posto de saúde fornece pouco material e aí sai do nosso bolso”, alegou a filha.
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal confirmou que a paciente deu entrada às 9 horas. No entanto, o Iges – responsável pela gestão das Upas – alegou que ela foi prontamente atendida, sendo solicitada a internação.
Segundo o instituto, a paciente segue estável, internada, e aguardando parecer da cirurgia vascular.
O Iges acrescenta que está à disposição para demais esclarecimentos e ressalta que está prestando toda a assistência necessária para a sua recuperação.
Veja a resposta completa do Iges:
O IgesDF informa que a paciente V. N. P deu entrada na unidade nesta segunda-feira, 8 de maio, às 9h. A paciente foi prontamente atendida e foi solicitada a internação devido à patologia.
A paciente segue estável, internada, e aguardando parecer da cirurgia vascular.
Fonte Metrópoles