A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) prendeu, nessa sexta-feira (24/3), um suspeito de 20 anos que teria matado o dono de uma padaria, em Sobradinho. Wilson Fernandes Carneiro (foto em destaque), 61 anos, foi atacado com diversas pauladas na cabeça, na quarta-feira (22/3), e morreu na manhã deste domingo (26/3).
Depois do crime, a 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) identificou o suspeito de cometer o crime e pediu à Justiça um mandado de prisão temporária contra o agressor. Após a morte do empresário, o investigado foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil.
Uma equipe do Grupo Tático Operacional (Gtop), da PMDF, cumpriu a ordem judicial por volta das 22h de sexta-feira (24/3), ao encontrar o foragido em uma casa no Condomínio Digneia II. Denunciantes informaram que ele estaria prestes a fugir da cidade. Com o suspeito, que está à disposição da Justiça, os policiais apreenderam duas porções de cocaína.
A vítima, bastante conhecida na região, foi assassinada de maneira brutal, segundo o delegado Hudson Maldonado, chefe da 13ª DP. “O agressor é extremamente violento. Ele levou objetos [pessoais do empresário] para tentar despistar [a polícia] e simular um latrocínio [roubo seguido de morte]. Mas sabemos que a motivação foi por sentimento de posse, algo bastante vil”, detalhou
Emboscada
A polícia verificou que o assassino, cujo nome não foi divulgado, matou o empresário por acreditar que a companheira — que trabalha na padaria da vítima — tinha um relacionamento com o patrão.
A polícia descobriu que o criminoso pegou o chip do celular da companheira e enviou uma mensagem para Wilson, passando-se pela funcionária. Em seguida, pediu para a vítima visitá-la, no bairro Nova Colina.
Quando o empresário chegou, aguardou e foi surpreendido pelo suspeito, que agrediu a vítima com um pedaço de pau. Wilson recebeu socorro e ficou hospitalizado, mas não resistiu aos ferimentos.
Há indícios, segundo as investigações, de que o assassino chegou acompanhado de mais dois homens, que aguardaram a vítima e acompanharam a violência contra Wilson sem agir para impedi-la.
“Possessivo e ciumento”
A funcionária da padaria havia se mudado para o Distrito Federal com o suspeito. O agressor — considerado agressivo, segundo a polícia — tinha antecedentes criminais por roubo em residência, praticado em Codó (MA) e por violação à Lei Maria da Penha contra a companheira.
Depois que a vítima foi agredida pelo criminoso, decidiu se separar. No entanto, posteriormente, o casal reatou o relacionamento. “Esse homem, bastante possessivo e ciumento, ficou com ciúme do dono da padaria, do empresário, e pegou o chip do celular [da companheira]”, afirmou Hudson Maldonado.
“Em que pese alguns pertences terem sido levados, a motivação do crime não foi patrimonial. Não houve sequestro, nem latrocínio. [O agressor] ficou com ciúme da companheira, com quem havia reatado, e resolveu se vingar de alguém com quem ele imaginava ter algum relacionamento com ela”, completou Hudson Maldonado.
A polícia ainda investiga se o crime teve participação de outras pessoas. Se condenados, os envolvidos no crime podem receber pena de 12 a 30 anos de prisão.
Wilson era dono da padaria Três Poderes, na Quadra 15 de Sobradinho. O estabelecimento foi fundado em 2001, por três irmãos.
Homenagens
A página do estabelecimento no Instagram divulgou uma nota de pesar pela morte do empresário: “É com extremo pesar que informamos o falecimento de nosso querido Wilson Fernandes. A dor do luto não tem uma data para acabar, mas é possível confortar o coração com as boas lembranças que ficam”.
Conhecidos de Wilson também lamentaram o ocorrido, em publicações nas mídias sociais. “Que Deus tenha misericórdia de sua alma. Por mais que a gente saiba que hoje pode ser o último dia, não nos confortamos com a perda de quem temos convivência. Que Deus, com sua infinita bondade, dê força a todos os familiares”, escreveu uma amiga.
Uma funcionária do estabelecimento fez elogios ao chefe e o homenageou em uma postagem. “Descanse em paz. Você sempre foi um exemplo para todas as pessoas que tiveram o privilégio de o conhecer. Mais do que alguém que sempre soube gerir, voc~e foi um amigo que levo para toda minha vida. Faça sua viagem em paz para sua nova casa. Espero e desejo que encontre, no seu lar, muito amor e serenidade. Aqui, honrarei seu nome todos os dias. Lutarei para homenagear o homem bom que tive a sorte de conhecer. Até um dia, chefe”, despediu-se.
Fonte Metrópoles