A Secretaria de Saúde do Distrito Federal fechou o centro cirúrgico do Hospital Regional de Samambaia para reformas – e prevê que o espaço ficará sem uso pelos próximos 45 dias.
Enquanto isso, o governo deve transferir os pacientes que precisam de cirurgias eletivas (não urgentes) para o Hospital Regional de Taguatinga – que já enfrenta um problema de superlotação.
O g1 perguntou à Secretaria de Saúde, mas a pasta não respondeu:
Questionada, a pasta informou apenas “que a equipe de atendimento foi reforçada com profissionais do HRSam”.
Imagens recentes enviadas à TV Globo mostram a ala ortopédica do HRT lotada – ao menos duas pessoas dormiam no chão quando o vídeo foi feito.
Os pacientes relataram dificuldade para conseguir atendimento. Em uma das imagens enviadas, a acompanhante de um paciente precisou fazer o curativo no pé de outro paciente. Uma fralda descartável foi utilizada como material.
Segundo os pacientes, isso ocorreu após a recusa da equipe hospitalar em prestar atendimento ao homem que necessitava do curativo.
Fila de espera
Segundo o Mapa Social da Saúde do Ministério Público do DF, 1.298 pessoas estão à espera de uma cirurgia eletiva no HRT considerando apenas as demandas registradas neste ano.
O tempo médio de espera no hospital de Taguatinga, hoje, é de mais de 90 dias – isso, sem contar a demanda adicional de quem esperava ser atendido em Samambaia.
Há, por exemplo:
- 174 mulheres aguardando por uma histerectomia (remoção completa do útero);
- 60 homens esperando uma biopsia de próstata – procedimento simples, mas essencial para o diagnóstico de câncer.
Já no Hospital Regional de Samambaia, até esta semana, 398 pessoas aguardavam por cirurgias eletivas variadas. O tempo médio de espera é de mais de 70 dias.
