O Festival que nasceu e iluminou Samambaia segue levando abraços e sorrisos negros, promovendo parceria com projetos e organizações importantes para a formação cultural da Capital.
Brasília ainda tem a característica estrutural e sociopolítica de não dispor de aparelhos culturais nas regiões administrativas e tendo no centro da cidade o maior número deles. Este traço faz com que projetos e organizações culturais de fora do Plano (Asa Sul e Norte), já estabelecidos e necessários à manutenção da arte e da cultura permaneçam à margem do grande público e consequentemente de serem conhecidos e frequentados.
Pensando em descentralizar ações artísticas e culturais, a 3ª edição Festival Magia Negra conta com diferentes ações que vão além da programação em Samambaia, espalhando folhas e cheiros nos terreiros das quebradas vizinhas, como os quintais amigos do Jovem de Expressão em parceria com Baile da Capi Tal em Ceilândia, Praça da CNF em parceria com Sarau de Quinta em Taguatinga, e da Asa Norte em parceria com o Choro no Eixo.
Estes espaços, suas regiões e projetos foram escolhidos pelo Magia por reafirmarem o mote do Festival de defesa, fruição e promoção de uma arte identitária, tradicional e popular como plataforma de educação antirracista, de multiplicidade da arte, de olhar acolhedor para a formação da juventude e por tomar as ruas como nosso palco por direito.
Abrindo a mata a cada edição, o Magia se achega mais pra dentro dos espaços de educação. Assim como o I Festival realizou atividades em 1 escola, o II em duas escolas ocupando sala de aula e pátio com a professora Taynara Silva, que veio de Maceió, o III Festival conseguiu ampliar o espaço de fala e escuta acerca da negritude nas escolas de Samambaia e Taguatinga, ofertando aos estudantes o premiado espetáculo de teatro “Pai Nosso”, além de contação de histórias com o professor, ator e brincante de Cavalo Marinho Joelson Topete, da Paraíba, promovendo também uma espécie de pesquisa de campo ancestral até a casa Ilê Axé Toju Labá.
O Festival se firma e assenta ao mesmo tempo como aprendiz e griô da tradição oral do ensinamento e vivências da cultura popular preta. As ações nas escolas carregam a necessidade de formar plateia e sociedade rica em conhecimento e consequentemente que sofra e pratique menos racismo, além de oferecer ferramentas da tecnologia humana para a escola e professores trabalharem a lei 10.639.
As ações nas outras regiões administrativas fazem um tratado de permanência e ampliação da junção dos projetos da periferia com os da capital. A chegança de alunos da rede pública de ensino em um terreiro para ouvir sua mais velha e conhecer as práticas culturais e sociais deste espaço exerce o papel fundamental da sociedade: educar, promover conhecimento e senso crítico. Já o Festival em si no Complexo Cultural Samambaia é a validação do festejo, a festa da alegria, a presença de nossas raízes africanas, a galhardia de nossas bandas, é a felicidade ainda que tardia.
No Complexo Cultural, as salas, galpões e o teatro serão personalizados em homenagem a grandes personalidades e lideranças negras como a atriz Ruth de Souza, a poetisa Cristiane Sobral, a cantora Clara Nunes e a yalorixá Mãe Dora de Oyá, levando ludicidade e representatividade, em reverência aos que vieram antes, os nosso primeiros O projeto conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DE JUNHO
Local: Complexo Cultural Samambaia – QS 301, Centro Urbano
Entrada: Doação de 1 lata de leite em pó ou 1 kg de ração animal
SEXTA-FEIRA, DIA 14 DE JUNHO
1 – Oficina Cenas Curtas em Teatro Negro com Geise Prazeres e Coletivo ARAR. Das 19h30 às 22h30 – 3 horas de duração. Para atores e não atores, estudantes e pesquisadores de teatro negro, professores e alunos de escolas comuns e de teatro. Faixa etária a partir de 15 anos.
2 – Oficina A Corporeidade das Pisadas do Cavalo Marinho: O ator/ brincante de uma arte ancestral, com o brincante, professor e ator Joelson Topete (PB) – Das 19h às 23h – 4 horas de duração. Para estudantes de dança, em suas mais diferentes linguagens, brincantes da cultura popular, atores, professores, coreógrafos e público iniciante em geral. Faixa etária a partir de 13 anos.
3 – Oficina Mulher Macumbeira, Percussão Inicial para Mulheres, com Lirys Catharina. trazer seu instrumento de percussão: pandeiro, atabaque, caixa, alfaia, tantan, AB, etc). – Das 19h30 às 22h30, 3 horas de duração. Para mulheres de qualquer idade, iniciantes ou não em instrumentos de percussão.
SÁBADO, DIA 15 DE JUNHO
15h – Abertura do portão, funcionamento da praça central com a feira e bar (comidinhas)
15h50 – Roda de Prosa tem: A negritude como identidade no movimento Hip Hop? com X do grupo Câmbio Negro
16h35 – Discotecagem com DJ Odara
17h20 – Sarau de música e poesia com Magu Diga How e Cristiane Sobral
17h55 – Teatro com a peça Corpo Encruza
19h – Show do grupo Mariwô
20h30 Cortejo Show com grupo Coco dos Encantados
21h55 Coreografia A Dança Fortuita com Suene Karim e Igor Múyìwá
22h15 Show com Marcelo Café
23h20 Show com Dhi Ribeiro
Das 15h às 23h – Feira Multicultural, Mostra Fotográfica, Mostra Audiovisual
DOMINGO, DIA 16 DE JUNHO
15h – Abertura do portão, funcionamento da praça central com a feira e bar
15h50 – Roda de prosa tema: Educação e Ferramentas Anti Racistas, com Professora Néia Alves
16h35 – Discotecagem com DJ Odara
17h20 – Sarau de poesia matuta nordestina com Lília Diniz e Cumpadi Anselmo
17h55 – Teatro dança com Marcos Davi no espetáculo Cair-se
19h – Show do grupo Coco de Quebrada
20h30 – Cortejo com o Afoxé Ogum Pá
21h55 – Coreografia A Dança Fortuita com Suene Karim e Igor Múyìwá
22h15 – Show com Filhos de Dona Maria
23h20 – Show com Banda Patacori
O Festival Magia Negra está atento com a acessibilidade e conta com:
- Monitora de acessibilidade para visita guiada a pessoas com mobilidade reduzida e/ou PCD
- Plaquinhas em braile para as legendas das fotos da exposição
- Cartaz em braile com o nome dos espaços do Festival, distribuídos na Biblioteca Dorina Nowil e CEDV.
- Tradução de libras de parte da programação
- Legendaclosed captione janela de tradução em libras no documentário final do projeto, disponível gratuitamente no YouTube e nas redes sociais da proponente
- 1 ônibus/ van para transporte dos alunos ou frequentadores dessas instituições
- Instalação para cão guia (tapete de EVA, água, ração e saquinho higiênico)
- Audiodescrição de todas as atividades
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DE JULHO
As Contas da Guia (Entrada livre)
No dia 25 de julho o III Festival Magia Negra fará uma parceria com Sarau de Quinta na CNF, às 21h, com a promoção de um show do grupo Atitude Feminina (rap).
Fonte/Credito: Josuel Junior, ator e produtor cultural.