O detento que teve a cabeça esmagada por um lutador de MMA com 40 socos, no Complexo Penitenciário da Papuda, sofreu morte cerebral, no último sábado (20/1). O óbito foi confirmado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), nesta quinta-feira (25/1). O interno ficou nove dias internado em estado grave.
André da Silva Lopes, 26 anos, dividia a cela 10 da Ala G, no Presídio do Distrito Federal II, com o lutador Caio Henrique Batista da Silva, 29 anos. A vítima levou 40 socos e sofreu afundamento no crânio, além de ter a cabeça dilacerada. O espancamento aconteceu no dia 11 de janeiro.
“A Secretaria de Administração Penitenciária do DF foi informada, pela equipe médica que acompanha o estado de saúde do custodiado A.S.L, que por volta das 13h18 desse último sábado, o quadro de saúde do custodiado evoluiu para morte encefálica”, informou por meio de nota a pasta.
Em depoimento, Caio contou ter agredido o colega de cela após uma discussão envolvendo o suposto furto de duas peças de roupa.
Aos policiais, o presidiário disse que levou um soco de André após confrontá-lo sobre onde estariam as bermudas. Após supostamente ser agredido, Caio disse ter partido para cima do colega de cela, o atingindo com pelo menos 40 golpes na cabeça e no tronco. Logo em seguida, teria começado a gritar que havia um interno passando mal.
Um médico que integra a equipe de saúde da Papuda constatou a gravidade dos ferimentos, e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado. Depois de constatarem que o preso corria risco de morte, ele foi socorrido de helicóptero para o Hospital de Base do DF (HBDF).
Sem remorso
Aos policiais penais, o detento disse que havia agredido o outro interno em razão do furto das bermudas e não expressou nenhum arrependimento pelos fatos, tendo afirmado que “arrebentou ele mesmo”. Caio relatou, ainda, que se André não fosse socorrido para o hospital ele “morreria lá mesmo”.
O autor do espancamento cumpre pena há nove anos pelos crimes de assalto, porte de arma e receptação e nunca havia brigado com outros presos.
No dia do ocorrido, Caio foi encaminhado à 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião). Ele permanece preso e à disposição da Justiça.